Outro dia entrei numa página de uma famosa revista, que pedia que comentássemos como fazíamos para exterminar as lagartas do nosso jardim.
Ora veja, lagartas, que depois viram borboletas, sendo tratadas como "pragas", como se fossem ratos, formigas, cochonilhas ou baratas...
Eu tive um amigo que escreveu no sua agenda o seguinte: "Terás que suportar as lagartas, se quiseres conhecer as borboletas".
Claro, que se for uma infestação, ou se estiverem caindo na cabeça, entrando em casa... ou forem daquelas perigosas que queimam, deverá ser tomada uma providência. Mas, mesmo assim sempre há um jeito de contornar a situação.
Pare para pensar que, com o crescimento da população e a diminuição das matas, redução do seu habitat natural, muitas delas virão para mais perto de nós, mas não é por isso que vamos sair matando, exterminando... Imagine o mundo sem a leveza e a beleza e o colorido das borboletas...
Pegue com cuidado as folhas com as lagartas e leve para outro local, longe do contato com as pessoas de casa. Para que lá possam se desenvolver e se metamorfosear em lindas borboletas
com sua função importantíssima no ecossistema. Polinizadoras de várias espécies de flores e plantas ou servindo de alimento para os pássaros, etc, etc.
Há até borboletas que estão em extinção por causa da diminuição de seu hábitat natural, pela ação do homem, e sua falta de habilidade para perceber que destruindo um ecossistema destrói-se tudo em volta.
É o caso da borboleta
Parides ascanius ou borboleta-da-praia.
A borboleta
Parides ascanius, vive numa faixa estreita no litoral do Rio de Janeiro. Costumava habitar as restingas (mata litorânea) e mangues.
É uma borboleta linda, suas asas são negras, listradas de branco e grená.
Suas lagartas, seletivas, alimentam-se de uma espécie de planta rara e venenosa a
Aristoloquia macroura, ou jarrinha, trepadeira silvestre e venenosa.
Depende dessa única espécie de planta, mortal para os outros herbívoros da floresta e garante assim sua sobrevivência e defesa segura contra seus predadores.
Porém com o avanço das construções, seu habitat vem sendo destruído, fazendo dessa espécie de borboleta a primeira ameaçada de extinção.
As borboletas são uma espécie de barômetro para detectar ataques ao meio ambiente. Quando elas desaparecem, é sinal de que algo muito grave está acontecendo com aquele ecossistema,
que tem que estar em perfeito equilíbrio. Vegetais são os elementos fixos e os animais os elementos móveis.
É necessário corrigir os problemas ao ecossistema, o quanto antes, para evitar que o desequilíbrio se acentue.
Pobre homem, que ainda não aprendeu a perceber o que faz com a natureza!